Aumento global de cesáreas preocupa especialistas

Aumento global de cesáreas preocupa especialistas

Entre os países com números mais alarmantes está o Brasil, onde 55,5% dos nascimentos são por cesariana.

Nos últimos anos, mais de 21% dos nascimentos em todo o mundo aconteceram por intermédio do parto cesariano – quase o dobro do que ocorria na década de 1990, aponta uma série de estudos publicada no periódico The Lancet. Nos 169 países analisados, a proporção de cesáreas cresceu de 16 milhões de nascimentos em 2000 para 29,7 milhões em 2015.

O procedimento pode ser uma intervenção fundamental quando o assunto é a segurança da mãe e do bebê, mas os novos dados indicam que ele vem sendo deliberadamente utilizado mesmo quando o parto natural não põe em risco a vida da gestante e/ou da criança.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um conjunto de recomendações para reduzir o número de cesáreas desnecessárias. Segundo a entidade, respeitando a necessidade da utilização, esse tipo de procedimento deveria corresponder a cerca de 10% a 15% dos partos – valor abaixo do descoberto pela pesquisa. Entre os países com números mais alarmantes está o Brasil, onde 55,5% dos nascimentos são por cesariana – taxa registrada também no Egito. Esse percentual só é menor do que o da República Dominicana (58%). “Nos países emergentes ou de renda baixa e média, as mulheres ricas recorrem a cesárea cinco vezes mais do que as mulheres pobres”, explicou Ties Boerma, professor da Universidade de Manitoba, no Canadá, à CNN. Em países desenvolvidos, os índices são menores: No Reino Unido e nos Estados Unidos foram registrados 26% e 32%, respectivamente. 

Segundo especialistas, é preciso aumentar a conscientização entre mulheres, familiares e profissionais de saúde sobre os riscos potenciais da cesárea quando realizada sem razões médicas aparentes. “Para a mãe, a próxima gravidez apresenta maior risco de parto prematuro”, alertou Jane Sandall, coautora de um dos estudos, ao The Guardian. Ela ainda mencionou que é necessário entender porque, apesar de muitas mulheres desejarem o parto natural, no final da gestação elas optam pelo procedimento cirúrgico.

Fonte: Veja

Por: Da Redação Veja

Fotografia: Thinkstock/VEJA/VEJA