Fonte: Medicina S/A
Foto: Reprodução/Medicina S/A
Um novo centro de endoscopia foi inaugurado no Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, e já chama atenção por sua proposta de unir inteligência artificial, alta tecnologia e uma equipe médica multidisciplinar altamente qualificada para transformar a forma como doenças gastrointestinais são tratadas.
O Centro Avançado de Endoscopia oferece alternativas modernas e menos invasivas para condições complexas como obesidade, tumores digestivos, gastroparesia e até complicações pós-cirúrgicas. Tudo isso com um diferencial: o uso de inteligência artificial para apoiar o diagnóstico de lesões precoces, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias agressivas.
“Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia”, explica Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, médico endoscopista e responsável pelo serviço.
Entre os destaques, estão as técnicas de gastroplastia endoscópica (uma alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, feita por endoscopia para reduzir o tamanho do estômago) e a ablação da mucosa gástrica, que consiste na aplicação de calor em áreas do estômago para ajudar no controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2.
Já para o tratamento de tumores, o centro realiza procedimentos como a dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e a ressecção endoscópica de parede total (EFTRD). “Ambos permitem remover lesões ou tumores de forma precisa, através do endoscópio, sem necessidade de cirurgia aberta”, destaca o médico.
Pacientes com distúrbios digestivos, como megaesôfago (condição que dificulta a passagem dos alimentos para o estômago) ou gastroparesia (digestão muito lenta), também podem se beneficiar de técnicas como o POEM e o G-POEM — procedimentos que relaxam os músculos do trato digestivo, melhorando os sintomas de forma minimamente invasiva.
Além disso, casos mais complexos, como fístulas (comunicação anormal entre órgãos), estenoses pós-bariátrica (estreitamentos após cirurgia para emagrecimento) e problemas em anastomoses (uniões entre partes do trato digestivo), podem ser tratados com a vacuoterapia. “Trata-se de uma técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão”, conta De Moura.
Outra frente inovadora é o uso do colangioscópio, um equipamento que permite visualizar com precisão as vias biliares internas, ajudando na retirada de cálculos ou no tratamento de tumores. O centro também utiliza a ecoendoscopia para guiar drenagens e punções, com imagens em tempo real, especialmente em doenças do fígado, pâncreas e vesícula.
Por fim, o centro aplica técnicas avançadas também na colonoscopia, que além de detectar tumores no intestino, agora também permite tratar algumas lesões no próprio procedimento.
Para a equipe do Hospital São Luiz Itaim, o novo centro marca uma virada de chave no cuidado digestivo no país. “Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, complementa Fernando Sogayar, diretor-geral do São Luiz Itaim.