Ozempic: efeitos colaterais do medicamento incluem vômito e constipação
Nos últimos meses, se popularizou o uso de medicamentos à base de semaglutida, como Ozempic e Wegovy, para emagrecer. A semaglutida é uma forma sintética do hormônio GLP-1, que age na produção de insulina e proporciona a sensação de saciedade. A diferença entre o Ozempic e Wegovy, ambos produzidos pela Novo Nordisk, é a dosagem e a indicação.
Enquanto o Ozempic é indicado para o tratamento do diabetes tipo 2 e está disponível em injeções de 0,25 mg, 0,5mg e 1mg, o Wegovy foi aprovado para obesidade e é comercializado na dosagem de 2,4 mg. A semaglutida age no corpo imitando um hormônio ligado ao apetite e a alimentação, ajudando a estimular a produção de insulina e, assim, a diminuir os níveis de glicose no sangue do indivíduo. Por conta deste mecanismo, quem usa o remédio sente menos fome e, consequentemente, se alimenta menos e emagrece.
Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha autorizado os dois medicamentos no país, por enquanto, apenas o Ozempic está disponível no Brasil. A expectativa da expectativa da empresa Novo Nordisk,é que o Wegovy chegue às farmácias no segundo semestre de 2023.
Mas mesmo em países onde o Wegovy já está à venda, o Ozempic também tem sido utilizado para perda de peso. Com isso, aumentam os relatos de efeitos colaterais de curto e longo prazo sobre esses medicamentos.
Os efeitos principais efeitos colaterais desses medicamentos são náusea, diarreia, dor de estômago, vômito e constipação. A FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, também alerta para o risco de baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), inflamação do pâncreas, retinopatia diabética e reações alérgicas.
Já o Wegovy, além dos sintomas acima, pode causar dor de cabeça, cansaço (fadiga), tonturas, sensação de inchaço, arrotos, gases, gastroenterite, azia e corrimento nasal ou dor de garganta. A empresa também alerta que o medicamento pode causar possíveis tumores da tireoide, incluindo câncer.
Um artigo publicado recentemente na revista Acta Pharmaceutica Sinica B concluiu que o uso prolongado destes medicamentos pode levar ao aumento do volume do intestino delgado e, consequente, obstrução do órgão. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisarem dados de 25.617 indivíduos, que mostraram aumento de 3,5 vezes na taxa de obstrução intestinal associada ao tratamento.
Um experimento de longo prazo com camundongos mostrou aumento do intestino dos animais por volta da 20ª semana de uso de medicamentos com GLP-1.
Além disso, após parar de tomar o medicamento, é comum os usuários relatarem que o apetite voltou ao que era antes ou até mesmo aumentou, ganho de peso e o envelhecimento acelerado do rosto. Essa última consequência ganhou o nome de "Ozempic Face" e é causada pela perda rápida e excessiva de massa magra. Também há outros potenciais problemas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, precisou mudar sua dieta e parar de consumir produtos com lactose devido a refluxo gástrico crônico causado pelo uso do medicamento.
Os médicos afirmam que o medicamento é seguro, desde que utilizado sob prescrição médica para as indicações aprovadas em bula. O problema é que muitas pessoas estão usando essas injeções para perdas de peso pontuais.
A Novo Nordisk rechaça o uso do remédio para a finalidade de emagrecimento. Em nota mais recente, comentando as falas de Jojo Todynho sobre a utilização do medicamento, a farmacêutica reforçou que seu produto deve ser usado apenas no tratamento do diabetes tipo 2.