Após cirurgia de enxerto na nuca, bebê separada da irmã passa bem

Após cirurgia de enxerto na nuca, bebê separada da irmã passa bem

Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (22), o Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP) informou que a cirurgia de enxerto realizada na menina Maria Ysabelle, de 2 anos, ocorreu com sucesso. Ela passa bem e está na sala de recuperação.

A criança foi submetida a uma operação de duas horas para implante de pele na parte posterior da cabeça. Maria Ysabelle nasceu unida à irmã, Maria Ysadora, e as duas foram separadas em outubro deste ano.

Chefe do setor de cirurgia plástica do HC, o especialista Jayme Farina Junior informou que seis cirurgiões foram envolvidos no procedimento. Eles extraíram a pele de uma das coxas para ser inserida na nuca da criança.

O enxerto já estava previsto desde a separação definitiva, em 27 de outubro, uma vez que parte da nuca de Maria Ysabelle ficou sem pele. Segundo os médicos, a abertura ficou coberta provisoriamente por uma membrana composta por colágeno, além do curativo.

De acordo com os médicos, por ser uma camada muito fina, a pele da coxa da criança deverá estar completamente recuperada em até 14 dias.

Desde o início, uma das principais preocupações da equipe esteve ligada à cobertura do couro cabeludo no momento em que as meninas fossem separadas. Maria Ysadora não precisou passar pelo procedimento porque os médicos conseguiram pele suficiente para fechar a cabeça no momento da separação.

As duas irmãs seguem internadas no HC, onde passam por um processo de reabilitação, mas apresentam evolução surpreendente, segundo os médicos. Elas apresentam desenvolvimento normal, como qualquer criança da idade delas, estão aprendendo a falar, brincam juntas e até já ficam sentadas para se alimentar.

Cinco fases

Comandado pelo professor chefe do Departamento de Neurocirurgia Pediátrica, Hélio Machado, o procedimento de separação das gêmeas foi dividido em cinco etapas para que pudesse ser concretizado. A primeira operação ocorreu em 17 de fevereiro e durou cerca de sete horas. A segunda cirurgia, em 19 de maio, teve duração de oito horas.

A terceira cirurgia ocorreu em 3 de agosto e se estendeu por oito horas. A quarta cirurgia aconteceu em 24 de agosto, quando os médicos implantaram expansores subcutâneos para dar elasticidade à pele.

A última cirurgia, inédita no Brasil, envolveu uma equipe multidisciplinar com 30 profissionais, incluindo quatro norte-americanos, entre eles o cirurgião James Goodrich, referência mundial no assunto e que acompanhou todas as etapas de separação das gêmeas.

A família, que é de Patacas, distrito de Aquiraz (CE), está morando temporariamente no campus da USP. A expectativa dos pais é que as meninas tenham alta até dezembro para que elas possam viajar e passar o natal com a família no Ceará.

 

Fonte: G1