Radiocirurgia é eficaz contra câncer de pulmão, diz estudo brasileiro

Radiocirurgia é eficaz contra câncer de pulmão, diz estudo brasileiro

Uma pesquisa desenvolvida pelo Hospital Sírio Libanês mostrou que a radiocirurgia é capaz de destruir o tumor em 89% dos casos.

A radioterapia estereotáxica corporal, popularmente conhecida como radiocirurgia, é uma opção eficaz para o tratamento de câncer de pulmão em fase inicial. A conclusão é de um estudo brasileiro, publicado recentemente no periódico científico Journal of Global Oncology. A terapia é indicada para pacientes que não podem se submeter ao tratamento mais eficaz nesses casos, que é a cirurgia, por ter outras complicações de saúde.

“A radiocirurgia veio adicionar uma expectativa de cura para pacientes que ficavam sem alternativa e não é uma proporção pequena. De 10% a 15% dos pacientes não podem receber a cirurgia por causa da fragilidade”, diz Ricardo Terra, cirurgião torácico.

Procedimento não invasivo
Segundo pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês, onde o estudo foi desenvolvido, o procedimento, não invasivo, é capaz de destruir o tumor em 89% dos casos. Após dois anos de acompanhamento, 80% dos pacientes estavam vivos. “A radiocirurgia traz oportunidade de cura que se aproxima do resultado de uma cirurgia.”, diz Carlos Vita Abreu, radio-oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

A pesquisa, que teve início em 2007 e durou até 2015, avaliou os resultados em 54 pacientes do hospital classificados como frágeis, geralmente idosos que já tiveram problemas de saúde, como doenças associadas ao cigarro ou cardíacas. A média de idade dos participantes era de 75 anos e todos deveriam estar com o tumor em fase inicial, com menos de 5 centímetros. Nenhum paciente morreu nem teve complicações graves após fazer o procedimento.

“A radiocirurgia é uma modalidade de radioterapia que, graças à precisão e à quantidade de dose de radiação utilizada, apresenta resultados semelhantes à cirurgia. Esta técnica consiste numa modalidade de tratamento não invasiva, sem necessidade de cortes na pele ou anestesia. Em virtude da grande potência deste tratamento, é indispensável a utilização de tecnologia de última geração para a sua realização e normalmente são realizadas de uma a cinco aplicações de radioterapia. Os pacientes submetidos a este tratamento não necessitam de internação”, explica Rafael Gadia, diretor de radioterapia na unidade de Brasília do hospital.

 

Fonte: Veja
Por Da Redação Veja
Fotografia: 
Ilustração esquemática de um pulmão humano (IStock/Getty Images)