Exame detecta Alzheimer sete anos antes dos primeiros sintomas

Exame detecta Alzheimer sete anos antes dos primeiros sintomas

Um grupo de cientistas da University College London desenvolveu um teste para detectar o Mal de Alzheimer sete antes de os primeiros sintomas aparecerem. A doença não tem cura e a maioria dos medicamentos para conter a diminuição da capacidade cognitiva dos pacientes não surte efeito – 99% dos fármacos testados nos Estados Unidos entre 2002 e 2012 falharam, de acordo com a Clínica Cleveland.

Apesar de a única maneira de controlar o avanço da doença seja por meio do diagnóstico precoce, a maioria dos pacientes descobre que tem Alzheimer quando os sintomas já estão agravados e alteraram estruturas do cérebro.

O novo estudo, publicado no periódico científico The Lancet Neurology, mostrou que um simples teste de memória consegue detectar os primeiros indícios de demência, mesmo que outros sinais de Alzheimer ainda não tenham se manifestado.

Segundo o método, é necessário ficar atento à capacidade de guardar informações depois de uma semana para detectar as primeiras mudanças cognitivas dos possíveis pacientes.

Para chegar a essa conclusão, eles pediram para que 35 pessoas memorizassem uma lista de palavras, detalhes de um diagrama e de uma história. Meia hora depois, os participantes precisaram contar as informações que lembravam. Na semana seguinte, os cientistas perguntaram o que os mesmos voluntários lembravam do teste da semana anterior.

O detalhe é que 21 integrantes do grupo carregavam uma mutação genética que os tornava mais vulneráveis a desenvolver Alzheimer a partir dos 40 anos. Apesar de saudáveis, os pesquisadores acreditam que a maioria deles poderia apresentar algum sintoma de dano cognitivo dentro de sete anos. Os outros 14 voluntários participaram do experimento como um grupo de controle para comparar com os que tinham mais chances de acabar tendo a doença.

Os autores do estudo perceberam que os 21 “marcados geneticamente” conseguiram responder o teste de memória depois de meia hora, mas passado uma semana não lembravam mais das informações. No grupo dos 14, o desempenho não mudou tanto, disse o autor do estudo, Nick Fox, professor do Instituto de Neurologia da UCL, em entrevista ao site The Guardian.

“As pessoas com a mutação e que estão em estágio inicial da doença, por exemplo, não tiveram resultados ruins depois de 30 minutos, mas depois de sete dias o desempenho delas foi consideravelmente pior. A diferença foi notável”, conclui.

Fonte: Superinteressante