Miomas são a principal causa para remoção do útero

Miomas são a principal causa para remoção do útero

Entre 2000 e 2014 foram realizadas 166 177 histerectomias em Portugal. É este o número de portuguesas que foram submetidas a cirurgias para a remoção do útero em hospitais públicos. Mais de metade dos casos (58,7%) deveu-se a condições benignas.

Os dados fazem parte do estudo ‘Histerectomias em Portugal (2000-2014): o que mudou?’ e mostram que, dentro dos problemas de origem benigna, os miomas são os principais responsáveis pelas cirurgias de extração do útero realizadas.

"A histerectomia vai continuar a ser muito utilizada porque é o único tratamento definitivo para os miomas uterinos, mas os tratamentos e as técnicas cirúrgicas que se desenvolveram permitem-nos ter outro grau de confiança no controlo da doença", explica Daniel Pereira da Silva, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia.

No período em causa, as histerectomias registaram ainda uma quebra de 19,3%, que se deve não só à evolução da medicina, mas também a "uma maior valorização por parte da mulher da sua própria integridade", acrescenta. "Foi exatamente nas intervenções motivadas por situações benignas que se deu uma baixa considerável", sublinha o médico.

O controlo da doença pode ser também uma ferramenta para a preservação do útero. "É uma doença que depende do funcionamento dos ovários. Ao entrar na menopausa natural, a grande maioria das mulheres vai deixar de precisar de tratamentos porque os sintomas estão relacionados com o estímulo hormonal. É preciso avaliar se é possível controlar a doença até lá", conclui.

Fonte: CM Jornal