Medidor de expansão de pele desenvolvido no CTC/PUC-Rio é utilizado em estudo da Uerj sobre uso do silicone como prótese de mama

Medidor de expansão de pele desenvolvido no CTC/PUC-Rio é utilizado em estudo da Uerj sobre uso do silicone como prótese de mama
Nova versão do aparelho, criado pela Laboratório de Membranas e Biomembranas da PUC-Rio, está em uso pelo curso de Medicina da Uerjpara pesquisa sobre a dinâmica das próteses de silicone sobre o tecido mamário
 
Vítimas de queimaduras, mastectomias, manchas na pele e cicatrizes podem ser beneficiadas, num futuro muito próximo, com um dispositivo inovador desenvolvido no Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) e que, desde este mês de maio, está sendo testado por pesquisadores da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O medidor de pressão intra-expansor de pele, cuja principal função é medir a pressão exercida sobre a pele em procedimentos em que ela precisa ser expandida para uma posterior cirurgia plástica, acaba de ter sua segunda versão finalizada e agora terá sua performance detalhada em casos de reconstrução mamária. Nesse primeiro momento, a pesquisa da Uerj busca mulheres que nunca engravidaram, que tenham pouca mama e desejam colocar implantes de silicone.
 
A pesquisadora responsável pelo desenvolvimento do aparelho, a engenheira biomecânica Djenane Pamplona e coordenadora do Laboratório de Membranas e Biomembranas do CTC/PUC-Rio, conta que serão emprestados dois aparelhos, sendo que seu time também participará dos resultados da pesquisa, oferecendo todo o suporte à equipe da Dra. Ana Cláudia Roxo, médica e pesquisadora da Uerj. Tendo conhecido esse trabalho por meio de artigos científicos e publicações em jornais, a médica Ana Cláudia Roxo reconhece seu enorme valor para a Medicina. “Outros colegas cirurgiões plásticos também tomaram conhecimento dessa inovação, que permite monitorar a expansão da pele com precisão. No caso dos implantes de mama, por exemplo, ele irá determinar a pressão exercida pelas próteses, possibilitando assim um melhor entendimento sobre a dinâmica das mesmas sobre o tecido mamário. Acreditamos demais no potencial desse equipamento, que prima pela qualidade”, diz a médica, parabenizando, mais uma vez, a engenheira brasileira e sua equipe.
 
Uma das técnicas habitualmente adotadas para se corrigir sequelas de traumas ou queimaduras é a "expansão tecidual", em que um pequeno balão de silicone — chamado de expansor — é inserido sob uma pele saudável, vizinha à área afetada. Este expansor é preenchido, em torno de 10% de seu volume total, com injeções de soro fisiológico, para que esta pele saudável seja lentamente estendida. Quando a pele chega ao máximo possível de extensão, o excesso — chamado de retalho, através de uma cirurgia plástica, é avançado sobre a região a ser corrigida. “Esse procedimento pode vir a ser doloroso, uma vez que, até o momento, a única medida usada para saber o quanto se pode expandir uma determinada porção de pele é o próprio desconforto do paciente. Com o novo dispositivo, depois de aferir a pressão da área de pele desejada, o aparelho grava essas informações no registro de um paciente específico, permitindo ao médico acompanhar a evolução da expansão da pele e o quanto de pressão o paciente suportou na última expansão”, conta a pesquisadora, destacando que cada medidor pode ser usado por até cinco pacientes, guardando todas as respectivas informações num cartão de memória de 4Gb acoplado.
 
“É muito importante que o aparelho seja utilizado por médicos e a comunidade acadêmica. Ele está pronto para o uso, com toda a tecnologia possível atualmente e, a partir dessa parceria, acreditamos em seu aperfeiçoamento”, adianta Djenane, lembrando que o aparelho é fruto de uma pesquisa que teve início na Alemanha em 1999, com financiamento do CNPq, duas bolsas de iniciação científica e apoio técnico para o seu desenvolvimento. “Uma primeira versão, inteiramente construída na PUC-Rio, foi lançada em 2013. Além destas unidades que serão emprestadas à Uerj, a versão anterior do dispositivo também está à disposição do Instituto Ivo Pitanguy, onde já foi usada com sucesso em alguns pacientes que tiveram queimaduras graves”, complementa.
 
Fonte: Portal Nacional de Seguros