Novo método de imagem faz com que seja mais seguro a remoção da vesícula biliar e outros procedimentos

Novo método de imagem faz com que seja mais seguro a remoção da vesícula biliar e outros procedimentos
Pesquisadores da UCLA descobriram uma forma ideal para ver os condutos biliares durante a cirúrgica de remoção da vesícula biliar através de um corante comprovado e seguro e uma câmera laparoscópica fluorescente próxima ao infravermelho em tempo real, uma descoberta que irá tornar o processo muito mais seguro para centenas de milhares de pessoas que se submetem ao procedimento a cada ano.
 
O novo procedimento de imagens também pode ser usado sempre que os cirurgiões observem o fígado e as estruturas adjacentes por laparoscopia.
 
A vesícula biliar e o fígado podem ser difíceis de acessar e visualizar quando as áreas em seu entorno estão inflamadas ou rodeadas por gordura. Mediante as técnicas convencionais de imagens, nas quais os condutos biliares não claramente delineados podem ocorrer lesões nos condutos. Às vezes, essas lesões permanecem ocultas durante a cirurgia, o que pode levar a sérios problemas para os pacientes, disse o autor do estudo Dr. Ali Zarrinpar, professor assistente de cirurgia na Divisão de Transplantes de Fígado e Pâncreas.
 
"A remoção da vesícula é uma das operações mais frequentemente realizadas nos Estados Unidos, com mais de 100 mil operações ano. As lesões nos condutos biliares, que levam a bile desde o fígado aos intestinos, são infrequentes. Mas quando ocorrem, os resultados podem ser muito graves e causar consequências ao longo da vida", disse Zarrinpar. "A remoção da vesícula é um dos casos com mais julgamentos em cirurgia geral, devido a essas lesões. Qualquer técnica que pode reduzir a taxa de lesões nos condutos biliares e aumentar a segurança operacional, é boa para os pacientes e para os cirurgiões. "
 
O corante, chamado indocianina verde (ICG por sua sigla em inglês) é aprovado pela Food and Drug Administration nos EUA e é usado na medicina faz 60 anos. A câmera laparoscópica de fluorescência próxima ao infravermelho também aprovado para uso em cirurgia colorretal. Este é o primeiro estudo para aperfeiçoar o momento e a dose de coloração utilizando este dispositivo, disse Zarrinpar. O estudo aparece na revista especializada Surgical Innovations.
 
Após a injeção em uma veia, o ICG é capturado pelo fígado e excretado na bile. Logo o dispositivo laparoscópico detecta a fluorescência do corante nos condutos biliares e sobrepõe a imagem em uma imagem convencional de luz branca que os cirurgiões normalmente utilizam. Esta imagem incrementada melhora a visualização dos condutos biliares pelo cirurgião, o que torna mais fácil identificar a anatomia apropriada.
 
Antes deste estudo, não estava claro quanto tempo antes do procedimento devia se injetar o corante e a quantidade exata para a imagem ideal. O momento e a dose se modificaram amplamente e com frequência entre os profissionais. Às vezes, o ICG era injetado na véspera da cirurgia, o que exigia uma visita adicional ao médico.
 
No entanto, Zarrinpar e a sua equipa encontraram que o corante poderia ser injetado tão cerca quanto 25 a 30 minutos antes, com bons resultados, apesar de 1 a 4 horas antes para obter uma imagem melhorada. Também descobriram que os pacientes poderiam receber muito menos corante do que recebiam, o que lhes permite depurar a substância da bile de seus corpos muito mais rápido.
 
A descoberta também poderia causar uma redução no número de colecistectomias "a céu aberto" e ressecções parciais do fígado. Quando os cirurgiões apresentam problemas na visualização dos condutos biliares e anatomia próxima, muitas vezes mudam de cirurgia laparoscópica a aberta, o que facilita evitar lesões nos condutos biliares, mas resulta em uma recuperação difícil e lenta dos pacientes.
 
O estudo prospectivo da UCLA, que levou 6 meses, foi pequeno inscrevendo 37 pacientes. No futuro, se trabalhará para dirigir um estudo clinico muito maior para confirmar suas descobertas e observar se o processo de imagem e os benefícios resultantes são eficazes em termos de custo, disse Zarrinpar.
 
"Este estudo fornece orientações sobre o momento e a dose de indocianina verde no que diz respeito à visualização antecipada da árvore biliar", estabelece o estudo. "NIRFC é prático e eficaz para delinear a anatomia biliar extra-hepática durante cirurgias laparoscópicas biliares e hepáticas e, portanto, deve ser considerado o uso em relação aos métodos tradicionais."
Fonte: Medcenter