Testes de vacina contra ebola podem começar em dezembro na África

Os testes das vacinas contra ebola poderão ter início já em dezembro nas regiões afetada pela epidemia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). As vacinas experimentais devem ser aplicadas em milhares de pessoas na África Ocidental. Anteriormente, esses testes estavam planejados para começarem em janeiro de 2015, mas o órgão anunciou, nesta sexta-feira (24), medidas para acelerar o desenvolvimento e envio de vacinas experimentais.

"Estamos colocando em andamento tudo que for necessário para começar os testes nos países afetados, no mais tardar em dezembro", declarou, em Genebra, Marie-Paule Kieny, subdiretora-geral da OMS. Durante uma coletiva de imprensa, Marie-Paule acrescentou que está previsto o envio de centenas de milhares de doses de vacinas à África durante o primeiro trimestre de 2015.

Testes com humanos já começaram
Duas vacinas experimentais aparecem como as principais candidatas a frear a epidemia, que matou quase 4.877 pessoas desde o começo de 2014, em sua maioria na África Ocidental: a canadense rVSV, iniciativa do governo canadense e da empresa NewLink Genetics, e a britânica ChAd3, da empresa GlaxoSmithKline.

Essas duas vacinas já estão passando por testes clínicos com humanos em regiões não afetadas pela epidemia, para testar sua segurança. Esta é uma fase preliminar dos testes clínicos, em que um número menor de voluntários é testado com o objetivo de verificar se o produto é seguro. Os testes que devem ter início em dezembro são uma de fase mais avançada da pesquisa, que avalia se o produto é realmente eficaz para proteger contra a infecção.

Outras cinco vacinas experimentais também estão sendo desenvolvidas e devem ser testadas clinicamente no próximo ano.

Marie-Paule deu estas declarações depois de uma reunião a portas fechadas sobre possíveis vacinas, e na qual participaram especialistas médicos, dirigentes de países afetados pelo vírus, empresas farmacêuticas e organismos de financiamento.

No entanto, existem outras cinco potenciais vacinas, afirmou Kieny. "A vacina não é a panaceia, mas quando estiver pronta, poderá converter-se em uma grande parte dos esforços para mudar os rumos da epidemia", acrescentou.